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Invariavelmente ao Pôr do Sol


Invariavelmente ao por-do-sol,

Encontramo-nos naquela tarde fria.

Os ultimos raios de luz lutam furiosamente

Contra a noite que quer dominar o céu.

E nós, escondidos atrás das lentes escuras,

Cabelos molhados das ondas que rebatem,

Olhamo-nos, subitamente sem palavras...

Por uns segundos, uns escassos segundos,

O beijo pairou no ar,

Suspenso na brisa fria que enregelava.

Agua na boca, desejo intenso...

Até que, no ultimo segundo, partiu flutuando para longe,

Empurrado pela tua meiga recusa.

E nós, escondidos atrás das lentes escuras,

Cabelos molhados das ondas que rebatem,

Sorrimos ambos um sorriso envergonhado e triste,

Quiçá por motivos diferentes.

Agora, no calor do meu quarto,

Fecho os olhos e sonho com o beijo que não foi.

E desejo voltar para o frio,

Molhar-me nos respingos das ondas

Enquanto espero que regresses

E dês o beijo que me pertence.

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