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Pacientemente


Também eu tinha tanto para te dizer e no entanto, nada saiu da minha boca, ficando tudo aprisionado no meu peito.Não é fácil, já o sabes, e nós só o complicamos mais ao querer viver este amor sofregamente em vez de o deixar viver cada minuto ao seu próprio tempo.Já o dissemos várias vezes e é verdade, aprendemos muito um com o outro nestes tempos e tu estás a aprender a ser paciente e eu a ser mais impaciente.Queria dizer-te tanta coisa…E o tempo escoava-se rapidamente, a areia corria na ampulheta inexoravelmente, minuto após minuto, hora após hora, dia após dia até chegar a altura.E essa altura chegou e eu cego pelas circunstâncias não consegui sequer um minuto para me despedir de ti convenientemente, não para te dizer nada que não soubesses, mas para falarmos com os olhos como falamos tantas vezes. Para explicar um ao outro a dor e a angustia que este amor precisa para sobreviver, com um simples olhar que trespassa a Alma e chega ao âmago dos nossos pensamentos. Sem palavras…Mas não disse nada e tinha tanto para te dizer.No entanto foi melhor assim. Foste embora magoada e achando que eu não te amava tanto como tu pensavas, revoltada pela minha insensibilidade à tua partida e tu lidas muito melhor com a raiva e a revolta do que com a mágoa e a tristeza que sentirias após as palavras de amor que te dissesse.E tu foste embora em busca do Sol de Verão há já tanto tempo ausente das nossas vidas e levaste contigo, qual avarenta, o pouco sol e a pouca luz que ainda havia aqui neste Inverno agora triste e cinzento.E o tanto que havia para dizer ficou sem que fosse dito.Mas tu no fundo sabes, embora não queiras entender, que o meu amor por ti é intemporal e não precisa de palavras bonitas para ser expressado mas apenas de um olhar teu para sobreviver.Guardo comigo, nas minhas recordações, uma dose grande o suficiente do teu olhar, do teu sorriso e do teu amor para que o meu sobreviva até que voltes.E eu cá estarei, pacientemente a esperar o regresso do meu amor.

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